Pouco se sabe, mas na história do Brasil os índios praticavam
uma prática que é totalmente abominável por muitos e que inclusive causa ânsia nas
pessoas quando se fala do assunto, estou falando do canibalismo. O canibalismo
era prática comum entre os índios do século 16 no Brasil, em grandes cerimônias
os índios devoravam seus inimigos em forma de poder, pensavam que ao comer a
carne de um inimigo eles adquiririam as qualidades dele. Essa prática sempre
foi simbólica, ou eles devoravam os inimigos ou faziam uma grande antropofagia
funerária e religiosa.
O ritual era o seguinte: a ingestão das cinzas dos mortos
homenageia e ajuda a alma daquele que morreu. Esse ritual ainda existe e faz
parte da prática dos costumes ianomâmis.
Muitos se chocavam com as cerimônias dos tupis de tão brutal
que eram, mas pior ainda era que ficavam apavorados com os ianomâmis que, pois
choca o senso comum pelo que tem de inesperado. Diferentemente dos tupis, os ianomâmis
comiam (ou melhor, comer) as cinzas do amigo morto é uma forma de respeito e
afeto. O mais estranho desse canibalismo é que ele não é um gesto de ódio e sim
de amor
Agora vou pôr você em dia com os rituais antropofágicos dos índios
da terra chamada Brasil. Desde os guerreiros que acreditavam que comer a carne
do inimigo herdavam sua valentia e coragem em combate..
Em 1553 um alemão chamado de Hans Staden naufragou em
Itanhaém, litoral de São Paulo, e ficou nove meses na aldeia do cacique
Cunhambebe na região de Magaratiba, Rio de Janeiro. Ele participou de uma
expedição de canoa até Bertioga, em São Paulo, para capturar inimigos. Durante
a batalha ele viu mortos e feridos serem devorados no campo de batalha e também
na retirada. Os que foram presos nessa batalha foram levados para a aldeia,
para que as mulheres da tribo pudessem devorar eles também. Foi um ritual
antropofágico.
O antropólogo Carlos Fausto explica, “o valor fundamental da
sociedade tupinambá era predar o inimigo”.
O sacrifício na honrava apenas a vítima, mas o carrasco
também e as execuções demoravam meses.
Os índios carrascos sedia casa ao cativo e também sua irmã
ou filha, como esposa.
Os carrascos faziam o preso circular pela aldeia e era
exibido aos vizinhos. A atração (execução) atraia muitos convidados que eram
recebidos com danças regadas a cauim (uma bebida fermentada à base de
mandioca).
O preso tinha a chance de vingar sua morte antes de morrer.
Pintado e decorado, era amarrado pelo ventre com uma corda de algodão e recebia
pedras para jogar contra a audiência. Para mostrar sua coragem ele insultava a
todos.
O carrasco no ritual imitava uma ave de ibirapema (borduna)
vestido de penas. Há relato do padre Anchieta que um dia um preso desafiou seu
algoz dizendo: “Mata-me! Tens muito que te vingar de mim! Comi teu pai. Comi
teu irmão! Comi teu filho! E meus irmãos vão me vingar e comer vocês todos.”
Momento cruel
Um golpe dirigido na nuca rompia o crânio e acudiam as
mulheres velhas, com cabaças, para recolher o sangue. Tudo era ingerido por
todos. A mães melecavam os seios de sangue para os bebês provarem também do
inimigo. O cadáver era esquartejado e destrinchado, assado numa grelha e
disputado por centenas de participantes – que comiam pedacinhos. Se fosse muito
numerosos, era feito um caldo dos pés, mãos, tripas cozidas. Os hóspedes era
levado às aldeias levando pedaços assados.
Mas só o carrasco não comia. Descansava, em jejum, e, após a
reclusão, adotava um novo nome. O acumulo de nomes era sinal de bravura:
indicava o número de inimigos abatidos. Grandes guerreiros tinham até cem
apelidos. Comer o inimigo era afirmar potência.